
Usualmente escutamos a palavra “regra” nas discussões humanas como um evento que regula, dirige, rege – norma – fórmula que indica o modo apropriado de falar, pensar e agir em determinadas situações. Para a Ciência do Comportamento Humano – a Análise do Comportamento – regra aproxima-se desta definição, porém, Skinner – mentor desta abordagem psicológica – refinou a explicação de como uma regra se expressa nas contingências de reforçamento.
Contingência de reforçamento consiste na interação entre organismo humano e ambiente, isto é, é uma relação de dependência entre eventos comportamentais e ambientais (Skinner, 2003) Ao investigar um comportamento humano ou parte dele, o psicólogo – analista do comportamento – se debruça sobre a contingência para compreender o fenômeno comportamental e as variáveis que o controlam. Visando identificar as variáveis de controle das quais o comportamento é função, o profissional coloca-se a investigar todos os eventos relatados pelo cliente acerca de seu ambiente natural, além de ficar sob controle de como esta pessoa se comporta no setting terapêutico.Para Skinner (2003) a pessoa humana se comporta sob controle de regras e por controle de contingências. Diante dos relatos e dos comportamentos emitidos em sessão, o analista do comportamento define quais são os comportamentos que estão sob controle de contingências de reforçamento, de regras e auto regras. Um comportamento humano controlado pelas contingências são aqueles em que o cliente descreve evidências empíricas (baseado na experiência), isto é, a sua própria relação com eventos antecedentes e consequentes. Ao expor-se a contingência de reforçamento, a pessoa analisada descreve a sua experiência comportamental e seus sentimentos (autoconhecimento). O autoconhecimento é uma condição em que o sujeito descreve a contingência presente no controle do comportamento descrito por ele.
Regra é a descrição verbal-oral de uma contingência, de modo a concede ao ouvinte um panorama da contingência que está por vir. A regra pode ser descrita parcial ou total. A regra parcial descreve de 1 a 2 elementos da contingência (a pessoa pode delinear o evento que antecedeu a sua resposta e a própria reposta, não informando o consequente – a regra total consiste em descrever todos os elementos presentes na contingência: antecedente – resposta à consequência). A auto regra é uma descrição verbal-oral formulada pela pessoa que sentiu os efeitos da contingência na própria pele, ou seja, sob controle de um evento empírico, a pessoa é capaz de descrever todos componentes da contingência ou parcialmente a contingência (SKINNER, 2003)
Com a finalidade de tornar o artigo mais didático, apresento-lhes uma associação arbitrária entre os conceitos exibidos a exemplos cotidianos, além de apresentar os pontos favoráveis e desfavoráveis de regras para a comunidade sócio-verbal.
Comumente ouvimos ou em algum momento escutamos, dos nossos avôs ou de pessoas mais velhas, que manga com leite causa algum problema ao organismo humano. Nessa associação perniciosa, temos uma regra. Ao fazer uma associação manga e leite (antecedente), ingerir esses dois alimentos (resposta) ficaremos doentes (consequência). Obviamente que a regra apresentada não descreve a realidade, pois a união destes dois alimentos não é nociva para a saúde humana. Tomemos este mesmo exemplo, agora por um outro ângulo: se a junção destes dois alimentos fosse lesiva para o organismo, ao ingerir tais alimentos por uma pessoa que não tenha consciência da primeira regra citada, ao entrar em contato com as consequências naturais decorrentes do consumo destes alimentos (ficar doente), a pessoa desenvolveria um auto-regra baseada numa evidência empírica.
Regras sociais são necessárias para preservar a espécie humana. Observe o seguinte conceito: na presença de uma tomada de energia (antecedente), ao exibir a resposta de colocar os dedos no buraco da tomada, a pessoa recebe como consequência um choque. Uma segunda regra que descreve um fato real: ao atravessar a faixa de pedestres (resposta) com o sinal fechado (antecedente), como consequência pode ocorrer um atropelamento. As regras mencionadas preservam a saúde humana – é uma regra acurada da contingência.
Um organismo sob controle da contingência em operação, responde exclusivamente aos controles presentes. Ao ficar doente por ter ingerido manga e leite por não saber que estes alimentos são danosos ao organismo pela sua ingestão em conjunto (comportamento não governado por regras), ao expor-se em contato com a consequência natural de ficar doente, abre-se aqui a possibilidade de a pessoa desenvolver um novo conceito de vida.
A regra social torna-se relevante quando a mesma delineia com propriedade a condição da contingência. Ao contrário disto, um conceito que se ausenta de descrever com qualidade a contingência, causa um desserviço para a saúde humana. Muitas pessoas governadas por regras apresentam comportamentos exagerados de fuga-esquiva, não trazendo saúde emocional para si e para àquelas pessoas que se relacionam com este organismo sensível a regras disfuncionais.
Referências
SKINNER, B. F. Ciência e comportamento humano. Tradução de Joao Carlos Todorov e Rodolfo Azzi. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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Psicólogo: Anderson Gonçales – Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento (psicólogo comportamental) – CRP 08/22439